sexta-feira, agosto 28, 2009

VOCÊ AINDA LEMBRA O QUE SIGNIFICA A PALAVRA "FÉRIAS"?

Crianças, tem um monte de assunto para abordar por aqui, mas titio decidiu deixar para a semana que vem. Estou nos meus últimos dias de férias. Vocês lembram o que isso significa? Aparentemente, a maioria dos humanos não sabe mais o que é isso. Quando falo que estou de férias as outras pessoas sempre entram em um profundo silêncio. Não sei se é de reprovação, espanto ou incompreensão. É como se eu dissesse “Eu falo latim”: algo arcaico, inútil. Deus, em que mundo vivemos...

Até segunda eu vou me dedicar a algumas tarefas subversivas que me seduziram nesses dias de férias, tais como “vagabundear”, “acordar tarde” e “olhar as ondas do mar”. Fazer isso hoje em dia é tão esquisito como assumir ser adepto de sacrifícios humanos. Se eu dissesse que era psicopata e viciado em barbitúricos ninguém ligava. Mas “férias”? Que falta de vergonha, onde já se viu?

Comportem-se, leiam posts antigos, tomem vitamina C e durmam cedo. Na volta a gente continua com a escrotidão de sempre.

Ah, sim: sem espaço para comentários. Não vou abrir e-mails até segunda, me poupem...

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sexta-feira, agosto 21, 2009

4 SUGESTÕES PARA VOCÊ ABRIR A SUA PRÓPRIA IGREJA

Com o escândalo envolvendo Edir Macedo, muita gente finalmente percebeu que existem formas mais indolores de amealhar uma grana - ou pelo menos mais fáceis do que entrar no tráfico ou na família Sarney. Aqui vão algumas sugestões bacanas para você criar a sua própria igreja e comprar aquele tão sonhado iate. A vantagem é que essas sugestões não obrigam os homens a usar calça de tergal, o que facilita um pouco a sua vida.

- Igreja Universal do Reino de Djavan: escrituras sagradas são sempre enigmáticas e cheias de múltiplos significados. E ninguém supera Djavan na arte de escrever frases indecifráveis. “Açaí, guardiã, zum de besouro, um imã” é praticamente um Sermão da Montanha mais pós-moderno.

-União Onanista da Luciana Vendramini: partindo do princípio que um deus é um ser que ninguém vê, toca ou cheira, concluo que Luciana é um ser divino. Trata-se de uma divindade cercada por uma intrigante dualidade, já que ela foi pra cama com o Paulo Ricardo, provando que o bem às vezes se alia ao diabo. Os adeptos são facilmente reconhecidos pelas espinhas na cara e as mãos peludas.

-Ordem do Sagrado Mario Bros: igreja que se destaca pela sua liberalidade em relação às drogas. Afinal, o deus adorado pelos fiéis dessa igreja tem o costume de se alimentar de cogumelos e soltar bolas de fogo. Concorrente direta da Ordem “Aperta Mais Um”, de Marcelo D2.

-Mussunaria: não é bem uma igreja, mas uma sociedade secreta. Esse grupo que cultua o mitológico Antônio Carlos, o Mussum, não exige sacrifícios nem oferendas. E você ainda bebe à vontade.

Claro, todas essas igrejas são fajutas. Afinal, todo mundo sabe que só existe um deus e ele atende pelo nome de Chico Buarque.

PS: ao contrário do que muitos podem pensar, sou uma pessoa religiosa e não gosto de brincar com assuntos espirituais. Mas a igreja de Edir Macedo não tem nada a ver com religião. Esta mais para pirâmide ou Amway. Podemos zoar à vontade.

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segunda-feira, agosto 17, 2009

500 PESSOAS GRITANDO. CADÊ O RESTO?

Papo reto: sábado foi dia de manifestações contra o Sarney. Em São Paulo a passeata juntou, se tanto, umas 500 pessoas. Eu estive lá. Sinceridade? 500 pessoas é uma miséria. É louvável o empenho dos organizadores, que se articularam via twitter (ta-ram! Enfim uma utilidade!) e blogs, sem apoio direto de praticamente nenhuma instituição oficial. O que é de chorar é a falta de resposta desse povo bundão. O coronel merecia no mínimo umas 10 mil pessoas xingando em plena avenida Paulista.

Se a gente não consegue tirar um velho bigodudo da sua cadeira, o que nos resta fazer? Vestir a camisola e pedir aposentadoria do cargo de “povo”. Claro, vale lembrar a absoluta ausência de sindicatos e organizações estudantis, que estão por demais de rabo preso para chiar contra um coronel com bons amigos. Se a passeata envolvesse alguma manifestação contra o exército americano teríamos milhares de pessoas berrando na rua. É fácil: os EUA estão lá longe, não tem ninguém para baixar o sarrafo.

Acho que se a passeata fosse em prol da carteirinha de estudante a UNE estaria botando fogo em carros. Quem se assumiu como cara-pintada para ajudar a tirar o Collor deve estar sentindo um certo mal estar ao ver o ex-presidente defendendo o senador que ninguém derruba. Ou já se entregou de vez. Sim, eu sei, não foram os cara-pintadas que derrubaram Collor, mas na época o barulho foi bonito. Hoje, não derrubamos nem síndico.

Eu não sou nenhum Robespierre e mal sei usar um apito. Mas não consigo fingir que não há nada errado em um povo que só se infla em dia de futebol. 500 pessoas foram às ruas para protestar. E ninguém deu trela. O senador está tranqüilo. Deve estar comprando uma caixa de charutos.

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sexta-feira, agosto 14, 2009

O MUNDO É DAS FEIAS

O lance agora é ser mocréia. “Bela, a feia” está arrebatando espectadores na Record. E ainda tem gente falando da Stephany, a baranga recauchutada que “conquistou” a Internet com o clipe de fundo de quintal “Eu sou Stephany” - meu Deus, você ainda não viu, Juquinha? Clique aqui.

Bom, mas já esta na hora de rechear essa moita. Alguém precisa assumir a vaga de “símbolo” das mocréias. E aí a gente percebe como o Brasil é “um país de todos”: se Stephany, que tem o charme, a presença e o talento de um bidê, conseguiu atenção, então qualquer um pode. Até você, Juquinha. Ou mesmo a sua vizinha que lava a laje usando short rasgado e aquela camiseta “O Brasil é tetra!” amarrada acima do umbigo.

Stephany é um ótimo modelo. Simples: basta ser uma pessoa tão “linda e absoluta” quanto ela. Alguém com o mesmo materialismo debilóide, a mesma mente oca e o mesmo guarda roupa de liquidação de camelô. Talento é detalhe. Afinal, ser feia está na moda e rende até cargo em ministério – sim, você sabe de quem eu estou falando.

Salvador Dali tinha um baita talento. Mas se fosse brasileiro... nem precisava!

Com sorte, a nova “revelação” vai receber o mesmo tratamento da mídia, que chama Stephany de “furacão” e “fenômeno”. Lembrando que furacão é sinônimo de "desastre". E que até a Pororoca é um “fenômeno”. É isso aí: O mundo é mesmo da geração “Taty Quebra-Barraco”. Julia Roberts que se cuide.

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quarta-feira, agosto 12, 2009

A FRASE DO ANO

Allan Sieber sobre a FLIP, em Paraty:

“Um festival de literatura num país onde ninguém lê nem o horóscopo no jornal. Algo como um festival de gastronomia na Etiópia.”

PS: Para um país que deseja entrar para o Conselho de Segurança da ONU, mas não é capaz de resolver nem briga de síndico, até que é coerente...

PS 2: para mim, a frase do Allan entra para qualquer antologia de 2009, depois da célebre “Aqui não tem ato secreto”, do Sarney.

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sexta-feira, agosto 07, 2009

O TWITTER VIROU DRAMA

Um modismo não é nada sem a ajudinha básica dos jornalistas. Vejam só: o Twitter sofreu uma pane nesta quinta-feira. Bidu, o fato rendeu matéria mostrando o “drama” dos usuários. “Não posso contar ao mundo o que estou fazendo", diz um entrevistado. É mesmo um drama. Fiquei sem saber o que ele comeu no almoço. Um horror, meu Deus.

Os modernetes precisam aprender a relativizar as coisas. O Twitter pode ser revolucionário quando permite que os iranianos contem ao mundo o que se passa com eles. Mas acho que é preciso um governo de aiatolás para inspirar o povo a fazer do Twitter algo que preste. Por enquanto, o Twitter ainda é, em 90% dos casos, um balde para o descarrego de gente que sofre de incontinência opinativa. Ou que trepa menos do que deveria.

Sócrates foi obrigado a beber cicuta na Grécia Antiga. Preferiu morrer defendendo suas idéias. Quando um usuário do Twitter estiver disposto a morrer por aquilo que escreve, aí eu vou aceitar os argumentos em defesa do site. Por enquanto, acho que ninguém se arrisca a morrer por ter escrito “Hoje fui ao cinema, u-hú!”

Governadores têm Twitter. Celebridades mongas têm twitter. Isso é um péssimo sinal. Einstein provavelmente não teria Twitter. Ele preferia bolar tratados científicos em vez de comentar o seu final de semana ("Ganhei um Nobel! Não é di-mais?"). Isso me faz pensar que o Twitter é um ótimo lugar para validar a opinião de quem não consegue convencer as pessoas por vias normais.

Einstein não tinha Twitter. E nem bom gosto pra moda de praia.

E vale lembrar: o orkut também virou capa de revista há alguns anos. Tinha gente dizendo que o mundo não seria mais o mesmo depois dele. E não é mesmo: hoje posso encontrar 60 mil comunidades do tipo “Eu adoro dormir de conchinha”. E aí? Alguém ainda leva o orkut a sério?

Revolução é ter inventado o controle remoto. O resto é papo.

PS: assumindo a inutilidade da bagaça, eu ainda mantenho o meu Twitter. Por pura insistência cretina. Seja cretino também e acesse. Mas não deixe de jantar por isso.

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terça-feira, agosto 04, 2009

BOEMIA, AQUI ME TENS DE REGRESSO

Fernando Collor está de volta. Fungando. Ofegante. Bravinho. Levantando a sobrancelha. E defendendo Sarney. Que meda.


Alguém pode dar uma bombinha contra asma para ele?
PS: Quando é que esse povo vai sair no braço? Ai sim vai ser divertido...

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