quarta-feira, outubro 28, 2009

PARA QUE VOCÊ PRECISA DE ARTE?

Tai uma pergunta recorrente. E a resposta é simples. Arte existe para dar o que fazer a essas pessoas de sobrenome curioso (Catunda, manja?). Ou filhos de diplomatas, banqueiros e funcionários públicos de alto escalão. Eles não podem simplesmente pegar no batente e bater ponto. Têm que fazer algo “criativo”. E isso serve para aqueles rebeldes sem causa que fazem tanto sucesso (sim, isso inclui Renato Russo, cujo pai ganhava uma baba no Banco do Brasil). Se não é isso, para que serviria?

O incêndio que consumiu parte do acervo do artista Hélio Oiticica rendeu manchete. Calcula-se que o prejuízo seja de 200 milhões de dólares. Os escravos da crítica dizem que “foi uma grande perda para a cultura nacional”. Sim, mas, de fato, o que perdemos? Alguns pedaços de madeira e tecido coloridos. Não sou anti-arte, Juquinha, mas convenhamos, 200 milhões é demais para algo que me diz de menos.

Fui a uma galeria ver uma “instalação” de Hélio Oiticica há alguns anos. Você entrava em uma sala e escolhia uma rede para deitar. A luz apagava e passavam uns slides com imagens da capa de um disco de Jimmy Hendrix com carreiras de cocaína por cima. Minutos depois a luz acendia. Fim. “Radical, marginal, controverso”, diziam. Para mim? Grande merda.

Picasso fez Guernica pensando na Guerra Civil Espanhola. Michelangelo pintou Deus na Capela Sistina. E por aqui neguinho pendura rede na parede. E querem que eu acredite que isso vai mudar a minha vida. Sei.

Meu sobrenome não é lá essas coisas. E meu pai não era banqueiro. Mas, olha só, espalhei uns almofadões em casa. E vou mostrar projeções com fotos da Luciana Vendraminni nua. Talvez espalhe pó de café por cima. Não é mais legal? Sei lá, tipo assim, radical, marginal, controverso, saca?
Atenção: se você leu este post e não gostou, antes de deixar um comentário irritadinho, leia este post aqui. Talvez isso poupe o seu e o meu tempo. Caso contrário, foda-se.

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sexta-feira, outubro 23, 2009

PRETA GIL SE CASOU!

Há meses eu não brinco com a Preta Gil. Mas hoje eu tenho bons motivos para falar da “cantora” (eu devia usar aspas triplas nessa afirmação). Parem as prensas. Preta Gil se casou.

Preta se casou com o empresário Carlos Henrique Lima (famoso “quem”?). O casório foi em segredo. Justo, se eu fosse ele também iria exigir segredo. Todo mundo tem direito a ser tapado, mas não precisa ser em público. O que me espanta é o segredo, já que ela gosta de agitar imprensa até quando vai ao banheiro.

A cantora ainda elogiou o cara: “Para um homem ficar comigo precisa me amar muito”. E se amar bem pouco, imagino. Talvez ele seja monge, masoquista ou apenas esteja pagando promessa, ainda não sei. Agora começa a contagem regressiva para ele acordar do transe e gritar “Meu Deeeeeeeus!”

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E O MASCOTE DAS OLIMPADAS DO RIO É...

Não deu outra. Aedes na cabeça. O mosquito da dengue ganhou a enquete “ESCOLHA A MASCOTE DAS OLIMPÍADAS NO RIO” com 36,39 % dos votos, uma perna na frente de "Zezinha, o mini traficante", que teve 31,95% dos votos. "Traveco" ficou em 3º, seguido por "Manuelito".

Resta saber se o nobre governador do Rio, Sérgio Cabral, aceita a sugestão. Eu perguntaria a ele, mas ele está muito ocupado lambendo o saco do Lula – é impressão minha ou esse cara ainda vai ter câimbra na língua?

Obrigado pelos votos. Agora aproveitem os últimos anos de Brasil. Em 2016 a gente se transforma na Suécia.

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terça-feira, outubro 20, 2009

EU SOU ASSIM, O QUE POSSO FAZER?

Eu apostei com um monte de gente: o Rubinho não ganharia a corrida em Interlagos nem por um cacete. Se eu tivesse apostado pra valer teria faturado uma bufunfa. Bom, nem tanto, já que eu também apostei que ele socaria o carro na parede no fim da última volta. Teve gente que ficou possessa, dizendo que eu tenho mania de torcer pelo pior. Vejam, amiguinhos, não é bem assim.

Sou um realista crônico. Aposto que vamos ter um terremoto no Rio de Janeiro antes de 2016. Ou uma guerra civil. O que o Comando Vermelho agitar primeiro. Também tenho um incontrolável espírito de porco. Sempre que eu vejo um número de malabarismo fico torcendo: “cai, cai, cai...” Em festas tenho o costume de largar 3 ou 4 copos de cerveja em lugares diferentes. Todos devidamente fora dos suportes. E já mijei na pia do banheiro de uma socialite. Só de sacanagem. É, sou assim, meio infantil.

O que faço para escapar do inferno diante de tantos pecados? Dou 10 reais por mês para uma instituição de caridade. E peço recibo para descontar do Imposto de Renda. Enfim, tenho espírito de porco, mas sou, tipo assim, um cara muito gente.

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SEJAM CIDADÃOS E VOTEM!

Atenção, fariseus, ainda dá tempo para votar na "Mascote dos Jogos Olímpicos de 2016". É a enquete aí do lado direito, seu míope. Dá para votar até o dia 22.
Se é para ter um símbolo, que seja algo escolhido por nós. Porque se vierem com papagaios e tamanduás eu vou ficar puto.

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sexta-feira, outubro 16, 2009

CAETANO AGORA COM LUZ ESTROBOSCÓPICA!

O jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria interessante em seu “Guia da Folha SP”. Fala de DJs e festas que agitam as pistas com música MPB. O texto cita pessoas que “balançam em transe ao som de Baden Powell” (???) e baladas que “fervem” ao som de hits tropicalistas, lambadas e Ronnie Von. Tocam até Rouge. Cruzes.

Tem depoimento com gente dizendo que as festas são boas porque “dá para entender a letra das músicas”. Calculo que um sujeito que entende as letras de Carlinhos Brown deva ser do tipo que fuma toneladas de marofa. E um cara que consegue dançar ao som de Gal Costa deve ser no mínimo epilético.

Fico imaginando: lugar escuro, quente e lotado, pisão no pé, banheiro transbordando, luz estroboscópica e Caetano Veloso de fundo. O inferno deve ser assim...

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quarta-feira, outubro 14, 2009

UM DIA NA VIDA DO FILHO DA IVETE SANGALO

Surge uma nova “Sasha”. O filho da Ivete Sangalo, Marcelo, nasceu há mais de uma semana e a mídia de fofoca ainda não deu sossego. Dá para ter uma idéia da babação de ovo que teremos nos próximos anos. A vida desse molque vai ser um inferno.

Fãs mais atiradinhos já vão querer autógrafos. Marcelo ainda não sabe escrever, mas vai vomitar papinha de abacate nos caderninhos para deixar a sua marca. A Contigo já está preparando a manchete de capa: “Cocô de filho da Ivete é marrom”. E a Revista Caras vai fazer uma sessão de fotos especiais para ditar a nova moda das fraldas. “Bebê chique tem mais é que cagar durinho”, afirma uma especialista em etiqueta. Uma revista masculina mais sacana vai dizer “Olha quem está caindo de boca nos peitos da Ivete!”

Como todo bebê, Marcelo vai preferir passar os dias dormindo. Mas não vai dar, tem sempre uma coletiva com a imprensa pra atrapalhar. Ele chora o tempo todo e a Globo anuncia “Brasil vê filho de Ivete chorar” A procissão de famosos segue na casa da cantora. Uma fila de dançarinas de pernas de fora e cantores bombados de cabelos raspados se forma no quarto. Marcelo diz “Unhééé” e os mais afoitos se animam: “Olha, já sabe cantar axé!” A mãe já pensa até no título do disco. “Que tal ‘Gugu-Dedé, a dança dos filhos de afoxé’? Não soa bacana?”

No fundo, Marcelo só quer cagar e mamar a vontade. Mas alguém sempre o interrompe. Acho que na adolescência ele vai querer ser punk...

sexta-feira, outubro 09, 2009

ESCOLHA A MASCOTE DAS OLIMPÍADAS NO RIO

Sim, levei uma semana para falar da escolha do Rio de janeiro para as Olimpíadas. Afinal, é um saco tentar falar alguma coisa coerente quando todos os nativos estão batucando e comemorando.

E como é inútil tentar remar contra a maré de nacionalismo mongo, decidi aderir. Sugiro aqui algumas mascotes para o evento. O CQC indicou o Zé Pequeno, mas acho que o Fernando Meireles não vai liberar tão fácil assim. Então aqui vão as minhas sugestões que representam com perfeição a nossa cultura, alegria e sensualidade - enfim, todos aqueles clichês de bossa nova, saca?).

MANUELITO: é o brasileiro típico. Afinal, para americanos e europeus, abaixo da linha do Equador é tudo a mesma merda: todos falam espanhol, comem tacos e são fãs de mambo.

AEDES: uma mascote que ilustra toda a nossa grandeza. Temos reatores nucleares, aviões, hidroelétricas e até já mandamos um astronauta para o espaço. Mas não conseguimos acabar com a porra de um mosquito.
ZEZINHA: um retrato de nosso empreendedorismo. Desde pequenos os brasileiros já pegam no batente, seja pedindo esmolas no farol ou dando pipoco em policiais que se aventuram a subir o morro.

TRAVECO: uma lembrança do nosso principal produto de exportação. Um símbolo da malemolência brazuca. São tão importantes para a economia local, que até o Ronaldo fingiu miopia e degustou um.

A enquete está aí no lado direito do blog. A enquete dura até o dia 22 de outubro. Juquinha, cumpra o seu papel de cidadão e vote.

PS: acho legal ver as autoridades alardeando que a vitória se deu porque o Brasil é um país alegre e receptivo. Bacana, achei que ter linhas telefônicas que funcionem e transporte público decente fosse mais importante...

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sexta-feira, outubro 02, 2009

O PCC É COISA NOSSA

Poucos cineastas brasileiros conseguem entrar no mercado internacional. Alguém vai dizer que é preconceito de gringo. Eu já acho que é pura seleção qualitativa: os gringos não curtem nativos do terceiro mundo que distorcem histórias para dar um tom mais sensacionalista aos seus filmes – eles já têm o Oliver Stone para fazer isso.

“Salve Geral”, filme que estréia hoje, mostra como a turma daqui gosta de carregar nas tintas para dar um “discurso social” às histórias. É mais um daqueles filmes que eu chamo de “ginecológicos” – ficam dando “um toque”. Segundo o roteiro, o PCC é apenas, tipo assim, um grupo de pessoas sinceramente interessadas em lutar pelos direitos dos presos e fazer justiça social, saca? Bacana. Fuzilar policiais e tacar fogo em ônibus são formas bem honestas de promover a igualdade.

Enfim, o PCC é coisa nossa. E só barbariza porque alguém tem que assumir o controle da sociedade e mostrar a “realidade dos fatos”. Acho que eu devo agradecer ao Marcola por abrir os meus olhos. E devo agradecer ao cineasta Sérgio Rezende pelo serviço humanitário de “contar a verdade”. Ela já fez filmes para mostrar a Vera Fischer na cama (“Doida Demais”, um clássico da bronha barata). Agora faz “radiografias sociais”. Ninguém melhor para fazer isso do que um cineasta que filma com aquela ajudinha básica de incentivos públicos.

O mais legal é que os personagens gostam de soltar frases de impacto a cada 5 minutos. São frases de ordem sobre liberdade, honra, sociedade e poder. Dá a impressão de que políticos e líderes do crime organizado passam a maior parte do tempo lendo Shakespeare e Gilberto Freyre, o que deve ser verdade, convenhamos.

Fico imaginando o que aconteceria se mais cineastas brazucas fossem para Hollywood. Em pouco tempo teríamos filmes mostrando Hitler como um pobre coitado que desejava apenas purificar o mundo. É melhor que os nossos cineastas fiquem por aqui.

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quinta-feira, outubro 01, 2009

SIM, TEMOS POST NOVO.

Queridos sobrinhos, tito Walter estava viajando a trabalho. Fui ao Rio de Janeiro para tomar chuva (paulista é assim, leva a sua própria garoa...) e ser perseguido pelo funk em metade dos lugares onde entrava.

Estou me desintoxicando e limpando o mofo que cultivei com a chuva. Amanhã tem post novo. Filme sobre PCC, disco novo do Arnaldo Antunes... céus, esse país não me dá paz!
PS: sim, post sem opção de comentários. Deixem as piadinhas para amanhã, ok? É melhor assim. Titio agradece.

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