terça-feira, dezembro 29, 2009

5 COISAS QUE NÃO MUDAM NO FINAL DE ANO.

Eu sempre gostei das de fim de ano. Afinal, uma época em que a gente come muita comida gordurosa e bebe sem pensar no amanhã não pode ser ruim. Mas o mundo conspira para a gente odiar esse período. Aqui vão 5 bons motivos:

1 -Invenções natalinas: você acha que já viu todas as invenções mongas que a época permite, como “panetone de goiaba” e afins. Mas aí você vai ao supermercado e vê o Panetone do Roberto Carlos. Que deve ter sabor de mofo e peças mecânicas no lugar das frutas. Compre logo antes que o Robertão mande confiscar.

2- “Nova” programação: as emissoras sempre adiantam quais serão as novidades para o próximo ano. E as “novidades” incluem um novo programa para o Tom Cavalcante e uma minissérie com a Suzana Vieira fazendo (pela 200ª vez) o papel de perua. Você jura que um dia ainda vão trazer o Topo Gigio de volta.

3 -Votos de boas festas: você pode até ficar feliz e emocionado ao ver o diretor da sua empresa discursando na confraternização. Ele provavelmente disse que “os nossos colaboradores são o maior patrimônio da empresa” (lembrando que “colaborador” é o eufemismo atual para “pau mandado”). Sim, tudo muito bonito. Mas lembre-se desse discurso quando ele anunciar o corte de 20 % na folha de pagamento em janeiro.

4 -Retrospectiva: atentados no Oriente Médio, escândalos de corrupção em Brasília, confrontos com traficante nas favelas do Rio... Tem certeza que a retrospectiva não é uma reprise do ano passado?

5- Remorsos: você vê mendigos na rua e pensa “Puxa, ele vai passar o fim de ano sozinho e comendo restos”. E aí, na virada do ano, você vai para a casa da tua tia para comer o mesmo pernil ressecado acompanhado de Sidra Cereser e ouvir os primos lavando roupa suja. Sim, pode invejar o mendigo.

E um lembrete de última hora: nada de ficar postando no Twitter na virada do ano. É dar muita bandeira de looser.

Um bom final de ano para você, leitor. Se beber, não dirija. Se dirigir, não beba. Se beber e dirigir, faça o favor de passar bem longe da minha casa.

Marcadores:

sexta-feira, dezembro 18, 2009

SOCORRO! SAIU O NOVO DISCO DA MALLU MAGALHÃES

Vocês, caros leitores, têm bom gosto e não precisam saber que o novo disco da Mallu Magalhães (que se chama, olha só que coisa, “Mallu Magalhães”)é um cocô. Por isso, este texto não foi feito para vocês. Foi escrito especialmente para a própria Mallu.

Cara Mallu

Talvez você não tenha amigos verdadeiros. Eu entendo. Não é todo mundo que atura uma garota que toca violão e faz refrões que a minha sobrinha fazia quando ainda borrava as fraldas (Tchubaruba? Francamente...). Mas você merece ter amigos. Pelo menos alguém que fale a verdade.

Mallu, não acredite nos críticos. Críticos brasileiros são quase todos uns bundões. Eles não têm coragem de dizer que um disco é ruim. E o seu novo disco é, sinto muito. Aliás, bem ruim. Mas tudo bem, não se espera que você seja genial na sua idade. Mozart começou cedo, mas eram outros tempos.

Pra começo de conversa: Mallu, na boa, que tal acordar para o século 21? Folk, country e música padrão “blim-blom”? Larga mão dessa vozinha de sub-Simony. É tudo muito Carpenters, uma banda que até a minha avô já achava cafona.

O problema é que você pode acreditar nesse papo furado dos críticos que elogiam a sua “ingenuidade sincera” (que é um eufemismo bem sem vergonha para “falta de maturidade”). É tudo balela, minha querida! É papo de críticos que precisam de uma justificativa para dar três estrelas e não perder as bocadas da gravadora. Suas músicas não são só ingênuas. São ruins. E bobas. E toscas. E pueris. É o caso da música “Versinho numero um”

“Fiz esse versinho
Pra dizer
Por mais que vasta
A rima for
Não cabe ao verso o meu amor”

São versos bonitinhinhos. Mas para uma garota de 8, 9 anos. Você já tem 16,certo? Você já menstruou e, se o Camelo não negar fogo, já deve ter curtido um rala-e-rola. Enfim, esses textos estilo “Meu querido diário”, com “cabeça no colo” e coisas do tipo, não colam. Garotas da sua idade estão em outra parada, manja?

A Angélica perdeu muito tempo com esse papo de garota “pura”. Hoje caiu na vida e está ganhando uma baba. Caia na vida também. Ou volte para a escola e faça psicologia, pedagogia, algo assim. E use o violão para ninar os seus sobrinhos. Enfim, garanta o seu amanhã, porque ser “a garota folk sensível” é um troço meio sem futuro.

Faça como a Vanessa Camargo, que é medíocre, mas lança discos com o umbigo de fora. Dá mais futuro, vai por mim.

Marcadores:

terça-feira, dezembro 15, 2009

PENSAMENTOS DO CARRILHO: AQUECIMENTO GLOBAL

É divertido ver todo mundo de olho em Copenhagen. Estão todos preocupados em ser “ambientalmente corretos”. Mas já seria um baita avanço se conseguíssemos ser “humanamente corretos”. O planeta já está recebendo a atenção necessária. Se um dia os seres humanos receberem o mesmo tratamento vai ser supimpa. É como gastar dinheiro limpando a casa enquanto os moradores passam fome.

Grandes empresas promovem concorrência desleal e escorcham seus funcionários. Mas merecem aplausos porque estão salvando os peixinhos de algum rio poluído. Líderes topam gastar bilhões para evitar problemas relacionados ao aquecimento global no futuro. Enquanto que, no presente, fazem corpo mole para resolver probleminhas bem mais simples. O Brasil quer dar 1 bilhão de dólares para um fundo ambiental internacional que pode salvar vidas daqui a alguns anos? Que tal equipar um dos hospitais da Baixada Fluminense e salvar milhares de vida agora?

Na próxima encarnação eu quero ser um urso panda para receber tanto cuidado...

Marcadores:

sexta-feira, dezembro 11, 2009

SERIA UM BOM FILME PORNÔ, MAS...

Duas loiras. Ambas com trezentas cirurgias plásticas na ficha corrida. As duas se lambuzam de comida, chantily e chocolate. As duas se abraçam, melecadas, e dizem “Eu te amo!Te aaaamo!!!”

Parece a sinopse de um bom filme pornô, não é? Mas não é. É a Ana Maria Braga e a Xuxa no “Mais Você”, brincando com doces. Bacana, não? Em um determinado momento, Ana Maria Braga, já antevendo os comentários negativos, diz, pensando nos críticos: “Vocês que se danem!”



Sabe o que é esse zumbido de escavadeira que você está ouvindo agora? É o nível da TV Brasileira, cavando um buraco para ir mais para baixo.
xxxxxxx
PS - Juquinha, me diga: por que toda celebridade monga insiste em dizer que as críticas são fruto de "inveja"? Isso é remorso, trauma ou só TOC? Inveja do que, exatamente? Entre tanta gente mais talentosa e rica, por que nós teríamos inveja de duas coroas que precisam apelar para o bisturi para vitrar notícia? Não seria mais jogo invejar o Coppola, o Woody Allen e o Scorcese, que são feios, desengonçados, mas talentosos e bem mais ricos?

Marcadores:

quarta-feira, dezembro 09, 2009

PENSAMENTOS DO CARRILHO: NATAL

Natal: época de juntar a família, compartilhar comida, trocar presentes e desejar paz a todos.

Dia 26 de dezembro: época de curar ressaca de primo, limpar vômito, fazer fila na loja para trocar presente errado e amaldiçoar a tia que te deu o disco do NX ZERO porque você “gosta de rock”

Marcadores:

NÃO, JUQUINHA, VOCÊ NÃO PRECISA DE ARTE, SÓ PRECISA RELAXAR – um adendo a um post polêmico

Senta que o post é grande!

Há algumas semanas eu tasquei por aqui um post polêmico a respeito do incêndio que incinerou parte do acervo do artista Hélio Oiticica. Como todos os posts deste blog, ele é um misto de boçalidade, irresponsabilidade e provocação. Deu certo: o post bateu recordes de comentários. E ainda hoje recebe comentários de gente possessa, me chamando de insensível, cretino e ignorante. Sim, tem gente que vê pessoas passando fome e não se incomoda. Mas vá falar mal de artista para ver o que acontece.

Vamos explicar algumas coisinhas para esses desocupados: eu gosto pacas de arte. Pior: entendo um bocadinho. Fiz cursos e até me arrisquei a pintar quadros (são pavorosos, mas eu pendurei alguns na parede da sala e as pessoas, por incrível que pareça, gostam). Vou muito a bienais e galerias. O problema é que há anos o que eu vejo só me causa bocejos. Se arte é para provocar alguma coisa, não está mais funcionando. Mas continuo vendo gente que leva tudo a sério demais. E isso é um saco.

O último sujeito que realmente quebrou paradigmas foi Duchamp, que expôs um mictório. Ele mesmo não levava as coisas muito a sério e adorava tirar um barato. Andy Warhol também quebrou alguns padrões, sacaneando a idéia de “perenidade” da coisa toda. A provocação teve seu efeito, seu valor. Mas teve, também, sua época. Hoje em dia, nenhum estudioso de arte de renome leva a arte de Andy Warhol a sério – pelo menos na maioria dos países desenvolvidos. Eles só consideram o papel histórico que o cara teve. Duchamp é outro nível, mas, como eu disse, ele mesmo desdenhava a seriedade da arte.
É assim em várias áreas do conhecimento. Até Freud hoje é reavaliado – os especialistas mais sérios o consideram um sujeito fundamental para a história da psicologia, mas não dão mais valor a parte de suas teorias.

Tudo isso muda no Brasil. Por aqui, o povo abaixa as calças para qualquer sujeito que receba o carimbo de “importante”. A patuléia gosta de adorar vacas sagradas – qualquer uma. Mesmo quando não as conhece de fato. Aposto meus testículos como metade dos irritadinhos que comentaram o post sequer já estiverem frente a frente com uma obra de Oiticica. São aqueles sujeitos que vão a exposições e perdem vários minutos diante do hidrante, achando que se trata de uma instalação. E ainda dizem “Uau, que profundo” . Afinal, fica mal “não entender” arte, saca?

Oiticica teve a sua importância, óbvio, e conseguiu provocar discussões sobre o futuro da arte, etc. Mas a sua “maestria” precisa ser relativizada tendo em conta que moramos em um país com uma carência gritante de “gênios”. O tempo passou. Ao ver uma exposição dele a sensação que tive foi a seguinte: “Bacana, mas me passe o sal, por favor”.

Citei Picasso no post porque ele foi provocativo em uma época em que Hitler ainda estava vivo – era barra pesada. Tinha gente que odiava o que ele fazia, mas o tempo mostrou quem ia ganhar a parada. Hoje Guernica ainda é uma obra e tanto porque a provocação tornou-se perene. Você vê e se emociona. Quem hoje se emociona com fotos de Jimmy Hendrix coberto de cocaína nasceu ontem ou é vaca de presépio.
Os provocadores tupiniquins são levados a sério demais. Não custa nada reavaliar o que já foi revolucionário em outras épocas e dar a eles o papel merecido: histórico, artístico. Não “perene”. Nada de “patrimônio da humanidade”. Muitos deles eram filhinhos de papai entediados. É fato, e daí? Precisamos deles, mas, cazzo, não precisamos colocar no pedestal e beijar os pés, caceta. Quem tem chilique para defender Oiticica está apenas mostrando cagaço de rediscutir a arte e fazendo papel de papagaio – repetindo o que disseram que é legal dizer.

O post não é sério. É uma provocação, também. Por que eu ODEIO o espírito de manada desse Brasil que se esforça para ser “descolado”. Que não admite criticar ninguém, que tem medo de mexer em vespeiro e vive atrás de um ídolo para adorar feito uma besta. Que lê os livros da lista dos mais vendidos para não perder o bonde. Que consulta lista de ”filmes que você deve ver antes de morrer” para não passar vergonha no sarau. Que acredita seriamente que precisa “entender as coisas”. Ah, vão a merda, fariseus!

Em resumo: se você é um desses infelizes que perdeu o seu tempo dando liçãozinha de moral e arte nos comentários no post em questão, relaxe e leve as coisas menos a sério. Esse blog é iconoclasta por princípio e adora irritar a arquibancada do senso comum. Você perdeu o seu tempo e fez papel de otário. E eu consegui o que queria: atrair leitores, aumentar os acessos e provocar celeuma. E adorei o resultado! Sabe o que vou fazer agora? Fazer um post falando mal do Almodóvar. Aposto que vai ter neguinho tendo infarto!

Agora voltamos a nossa programação normal. Malu Magalhães acaba de lançar disco e eu estou louco para ouvir (not!).

Marcadores:

quinta-feira, dezembro 03, 2009

O NOVO REI DO POP?

De vez em quando aparece alguém que extrapola o limite do razoável em "pretensão". Os jornais andaram divulgando a história de um garotão tapuia que anda se proclamando “rei do pop”. Normalmente essas notícias não valem um peido, mas fui dar uma olhada e vi que o caso é mesmo de internação.

O sujeito tem o nome artístico de Torino. É filho de uma estilista (pois é, os sub-Suplas tem sempre uma mãe estilista, sexóloga...) e faz música pop no estilo pirulito que agrada aquele povo que tem puff quadriculado na sala. O sujeito gastou uma grana (paga pelos pais, coitados) para alugar o palco de um hotel em São Paulo e deu um show para convidados. Pausa para um momento de reflexão sobre o vazio das novas gerações: “meu Deeeus...” Ok, voltamos ao post.

Torino diz esperar por uma "major" para se lançar internacionalmente (dream on, kid...). Ele viveu um tempo na Europa. E, por isso, alguns releases malandros foram divulgados dizendo que ele é “um grande sucesso na Europa e na América do Norte” (onde ele é tão conhecido quanto o time do Olaria). A página do Myspace (pode acessar, é engraçada) traz texto de divulgação que faria a festa em qualquer curso de psicologia. Aqui vai um trecho:

"Ele adoraria ter vivido na época dos artistas plásticos em Paris, como Picasso e Modigliani, ou do Glam em Londres, como Bowie e Nomi. No Brasil, poderia ter sido da Bossa Nova como Jobim e Vinícius. Mas é agora, diante de uma nova era, de novos e grandes artistas, que TORINO pretende viver e criar sua própria história. "

Se você nasceu ontem, acha que a música começou com Lady Gaga e tem um chilique quando vê uma gravata verde-limão, talvez goste. Do alto dos meus aninhos, só posso dizer o seguinte: chegou tarde, mané. Pet Shop Boys e uma dúzia de bandas no estilo tecno-biba já ocuparam esse espaço. Um conselho aos pais: internem o moleque antes que ele tenha a primeira overdose e ache isso "um must"

Alguns jornalistas até caíram no conto do “a nova revelação do último minuto”. Mas a minha previsão é de que o máximo que vai acontecer é rolar uma vaguinha na 15ª edição de “A Fazenda”.

Marcadores: