terça-feira, junho 29, 2010

DIÁRIO DA COPA 5 : BRASIL 3 X EMPANADAS 0

Juquinha, não é que eu esteja torcendo contra o Brasil. Mas eu estou esperando ansiosamente para a copa acabar logo. Porque após cada vitória da seleção pululam aquelas propagandas horrendas, com o velho nacionalismo mongo que nos acomete quando estamos ligeiramente por cima.

Vencemos um timinho de merda e fica todo mundo se achando o rei do planeta. E aí engatamos uma terceira e já misturamos pré-sal, Amazônia, “sou brasileiro e não desisto nunca” e ai ninguém mais segura esse país. Não suporto mais aqueles locutores de voz embargada, dizemos que “somos 190 milhões” em propagandas de carro, celular, papel higiênico e salsicha.

Se tivéssemos esse mesmo empenho e fervor na conquista de um Nobel, seríamos um país melhor. O Chile foi goleado, mas já tem o dele: Nobel de literatura para Pablo Neruda – que não foi tudo isso que dizem como poeta, mas ganhou.

Mas piores que o Neruda são os jornalistas, que se metem a poetas nos telejornais. E dá-lhe imagens de gente chorando, gente roendo a unha e analogias ginasiais tipo “bate bola e bate o coração”. Depois temos as entrevistas com os famosos “populares”. Eles berram “Brasiiiil” e dizem que somos o melhor país do mundo. Não somos. Nem no futebol.

Continuo torcendo. Melhor ganhar do que aguentar os tais 190 milhões remoendo culpas e dizendo que seríamos melhores se faturássemos a copa. Não seríamos. Mas quem se importa?
Torçam para a copa acabar logo para eu mudar de assunto. Prometi acompanhar a copa e já estou me arrependendo. Mas-sou-brasileiro-e-não-desisto-nunca-meu-coração-bate-mais-forte-quando-grito-gol-e-ninguém-segura-essa-emoção-vai-Brasil-sou-mais-você-voa-canarinho-voa!

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sábado, junho 26, 2010

DIÁRIO DA COPA 4: BRASIL 0 X JOAQUINS 0 *

Continuo na minha heróica jornada de comentar jogos da copa sem entender nada de futebol.

Quando Pero Vaz de Caminha chegou ao Brasil, disse: “Aqui, em se plantando tudo dá”. Pois é, tudo menos “gol”. Nessa sexta, os portugueses conseguiram fazer o que há 500 anos não faziam: dominar o Brasil. Quase banquei o Dom Pedro I para declarar a minha independência e desligar a TV.

Parece que traçaram uma Faixa de Gaza em torno da grande área portuguesa. Ninguém atravessava. Ficou um jogo de virgens: nada de penetração. Na hora de mostrar os melhores momentos, o clipe poderia durar 5 segundos: o momento do apito final. Se tédio desse cartão, os dois times inteiros estariam expulsos. Como melhores momentos tivemos só pancadas e brincadeiras de nenê.

Aliás, o juiz do jogo deve trabalhar nos correios: distribuiu cartão pra quase todo mundo. Faltou uma briga para ver se animava o convescote. O goleiro português (ou “cata-bolas” na língua deles) não teve muito trabalho. Nem os centro-avantes (ou “corredores de meio”). A gente dava a bola de graça para eles. No dia de aniversário da morte de Michel Jackson, a pincesa do pop (“rei” do pop? I don´t think so) reencarnou no Maicon, que jogou como um morto-vivo.

Na próxima segunda eu só vou assistir ao jogo com 3 doses de vodka no estômago. Álcool vicia, mas tédio mata mais rápido.

* O título foi sugerido por Christian Moreno

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quinta-feira, junho 24, 2010

DIÁRIO DA COPA 3: VUVUZELA FACTS

As trombetas do apocalipse agora têm nome: vuvuzela. São um sinal do fim dos tempos. Veja aqui fatos que você não sabe sobre essas cornetas dos infernos.

• O som de uma vuvuzela imita os urros de uma leoa marinha no cio. Se durante um jogo do Brasil um leão marinho te encoxar, não esquente. Isso é amor.

• O nome “vuvuzela” vem da frase “Vuvu azê bungu azelá”, que, em dialeto africano, quer dizer “Para de tocar essa merda senão eu enfio essa trolha no seu rabo”

• O criador da Vuvuzela foi o rei “Kizumba”, que reinou na África central durante o século 16. Ele tinha 326 esposas, mas todas pulavam a cerca. Cada vez em que ele era chifrado, ele tocava uma corneta em sinal de desgosto.

• Por isso, quando você grita “Para com essa corneta, seu corno” está, no fundo, respeitando uma tradição secular.

• Mas há quem acredite que a origem das vuvuzelas esteja em adornos penianos de tribos africanas (veja foto ao lado *). Não é à toa que “cair de boca na trombeta” também significa “pagar um boquete”.

• Na língua do Chewbacca, o som da Vuvuzela significa “Garçon, traz a conta!”

• O bocal de uma vuvuzela pode conter até 300 milhões de bactérias. Com sorte, uma delas é mortal e apaga o FDP que toca esse troço.

Beethoven tentou criar uma sinfonia para vuvuzelas e piano, chamada “A Cavalgada dos Elefantes Esquizofrênicos”. Foi depois disso que ele ficou surdo.

• A vuvuzela tem sido estudada como arma psicológica pelo exército dos EUA. Junto com os discos da Elba Ramalho.

• Tocar vuvuzela pode causar dispnéia, câncer pulmonar, hemorróidas, botulismo e trombose. E aí, vai parar de tocar essa porra ou não vai?

E o diário da Copa não parou. Continue acompanhando aqui e no Twitter do Jornalismo Boçal. Funhééééé!

*Foto enviada por Daniel Brazil

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segunda-feira, junho 21, 2010

DIARIO DA COPA 2: BRASIL 3 X AXÉ 1

O Brasil é um País bipolar mesmo. Até ontem, Dunga era uma besta e a seleção uma merda. Bastou vencer um time africano para Dunga virar um mestre ninja e a seleção um Dream Team. Bando de fariseus...

Nações são muito mais unidas no ódio do que no amor – qualquer guerra comprova a tese. Por isso, acho que era melhor quando Dunga era só uma besta, mesmo. A cobrança e o xingamento eram ótimos incentivos. Agora vai ficar essa babação. O risco é dar vexame e depois reclamar da falta de apoio da torcida.

O jogo contra a Costa do Marfim? Foi bom, se levarmos em conta que jogamos contra uma seleção que mais parece lista de festival de axé: Yeboah, Bamba e Dindané. De resto, jogamos como bons brasileiros: tomando porrada e metendo o braço na hora do gol. Perfeito!

Se o Brasil ganhar de Portugal vão acabar canonizando o cara. Agora agüentem.

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quarta-feira, junho 16, 2010

DIÁRIO DA COPA 1 : BRASIL 2 X CHING LING 1

Desafio da copa: eu, que não entendo *&¨%$ de futebol, vou fazer comentários a cada jogo do Brasil. Toda a boçalidade de cada partida vai ser documentada aqui com comentários devidamente mongolóides, parciais e imprecisos.

E tem mais. A partir de hoje, você pode acompanhar o Desafio Twitter: todo dia eu vou colocar pelo menos um comentário estúpido, idiota, profundo e cretino, digno de quem não saca nada sobre o esporte. Não perca: http://twitter.com/waltercarrilho


Aproveitem: hoje tem desconto no Promocenter! Pendrive e DVD virgem a preço de custo! Coreanos conseguem enfiar um gol no Brasil! O ditador Kim Jong-Il já até mandou soltarem os familiares dos jogadores. Só vão ser espancados pela derrota.Tá no lucro.

E humoristas têm crise de risos após usar e abusar de piadas infames como “O time coreano precisava abrir os olhos para ver melhor a bola”. O time dos caras só tinha craque: Num Dah, Nem Vôh e Miojo Lamem. Mas o Brasil não estava melhor: Kaká (Kokô, nas internas), Maicon e dois falsos jogadores mexicanos, Ramires e Juan. É uma seleção do Paraguai: tudo falsificado!

A torcida demonstrou que confia na seleção. O melhor elogio que eu ouvi foi “Chuta, bundão!” Bem motivacional. Eu já tava até torcendo para a Coréia. O problema é que eu não consigo identificar os jogadores. Pra mim é tudo igual. Eu continuo não sacando nada de futebol. Gritei um “Vai Rivelino” que não agradou.

Mas gostei do estilo Dunga de ser: quem fazia gol saia de campo. Tem que poupar mesmo, pra que gastar tudo de uma vez? Para uma repartição pública tá ótimo, tudo bem lento e burocrático. Mas para ganhar a copa, não sei... Talvez Dunga tente o título de técnico mais bem vestido. Mas com aquela malha de brechó vai ser difícil.

MEUS PALPITES: mandem o Kaká tirar as luvas, tava cortando a respiração do coitado. E mandem a Bispa Sônia rezar para ele fazer algo que preste. De resto, coloquem o Garrincha na lateral, que tal?

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segunda-feira, junho 14, 2010

CALA A BOCA GALVÃO

Sou a favor da anarquia e confusão. Por isso, estou apoiando a genial campanha de desinformação “Cala a boca Galvão”.

É o seguinte: como a frase “Cala a Boca Galvão” virou um Trending Topic mundial do Twitter, os Nerds Kamikazes decidiram aproveitar a chance para lançar uma campanha com a proposta de confundir os gringos. Com um vídeo institucional falso, eles querem fazer os gringos acreditarem que “Galvão” é um pássaro raro brasileiro. E que a frase “calça a boca” significaria “salvem”. Lindo. Veja o vídeo:



É isso aí: cada twittada com a frase “Cala a Boca Galvão” supostamente irá gerar 10 centavos para ajudar a salvar o hipotético pássaro. Sensacional. Agora eu vou criar a campanha “Cala a boca Walter”. Cada vez que alguém proferir a frase me paga 10 reais.
Não é uma boa? Sou um jornalista assumidamente boçal. Logo, também sou um ser em extinção. Ajudem o titio Walter a ficar rico. Quero ir para Paris ainda este ano.
E apoiem a campanha "pró-Galvão". Ajudem os gringos a ficarem perdidos. Eles merecem.
PS: a campanha está sendo alardeada por outros blogs, a partir da iniciativa do Não Salvo

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quinta-feira, junho 10, 2010

NÃO TÔ NEM AI PARA A COPA

Eu sei que falar mal de futebol em época de copa é quase um crime de lesa pátria. Mas como eu nunca fiz um juramento à bandeira que valesse, então dane-se.

Vou passar os próximos dias azedando a copa. Não vou torcer contra o Brasil, lógico. Mas vou estar aqui, pronto para rir de cada presepada. Para ridicularizar esse súbito patriotismo que se revela em dia de jogo, mas desaparece nos outros 3 anos sem torneio. Mas, acima de tudo, para espinafrar essa dita “sabedoria futebolística”.

Que as pessoas percam tempo assistindo aos jogos é ok. Mas o que não dá para aturar é quem fica discutindo o assunto com aquela empáfia de José Wilker comentando o Oscar. Futebol não é filosofia. Não é estilo de vida. Não é manifestação cultural. Não é nada. 22 caras, uma bola, um gramado. É isso. E só.

As pessoas não se dividem mais apenas em torcidas opostas. Agora temos adeptos de “correntes filosóficas”. Discutem conceitos e linhagens futebolísticas. É como ter imortais da Academia de Letras discutindo sexo: gente falando muito sobre algo que pratica pouco.

As discussões geralmente são nulas. Quando me perguntam quem é melhor, Maradonna ou Pelé, eu geralmente respondo dizendo que um é cocainômano e o outro é um péssimo cantor. Fim de papo.

Evolução ao contrário é assim, Juquinha: você começa com as pessoas divididas entre existencialismo e determinismo, modernistas e pós-modernistas. E termina com o racha entre adeptos do futebol arte e o futebol força. Não dá. Não troco Platão por Galvão Bueno.

Sim, vou assistir aos jogos – mais pela cerveja, petiscos e gritaria do que qualquer outra coisa. Mas sem essa de me emocionar. Dunga tem grandes chances de voltar de mãos abanando. Mas não vou ficar dizendo “Eu não disse?” O futebol, enquanto clichê de “ópio do povo” não é lá essas coisas. Conheço formas mais interessantes de me entorpecer. Johnnie Walker Green Label desce mais redondo do que um drible do Kaká.

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