sexta-feira, junho 24, 2011

FUJA DAS ROUBADAS DO FERIADÃO

Feriado prolongado pode ser uma maravilha, se você não cair na besteira de seguir as dicas dos guias culturais. Fique esperto. O risco é você cair numa dessas roubadas:                                                             -Dica de filme: provavelmente você vai acabar vendo o “filme da temporada”, uma bobagem qualquer com vampiros – o que significa uma sala lotada de clones da Miley Cyrus suspirando. Ou vai assistir o filme de um novo diretor asiático que um crítico de mal com a  vida disse ser “imperdível”. Serão as duas horas mais angustiantes da sua vida aturando uma história sobre monges com crises existenciais. Você vai torcer para ser alvo de um serial killer que te mate, junto com o casal de alunos de artes plásticas que não para de falar na fila de trás.

-Dica de restaurante: que tal visitar aquele novo restaurante de gastronomia francesa que segue a linha neo-pos-ultra-cousine? Vai ser ótimo ficar 2 horas na fila para sentar ao lado do banheiro e comer aquele prato maravilhoso (1 ½ colherada de sopa e um pedaço de aipo) por 80 pilas. E ter ao seu lado as mães das clones da Miley Cyrus que estavam no cinema. E que são bem piores que as filhas.

-Dica de passeio: visite aquele parque “recém-reformado” que tem “ótimas opções de diversão para a família”. Desde que você entenda “diversão” por meia dúzia de gangorras enferrujadas, um lago com girinos e 30 viciados em crack. Que estão muito a fim de bater um papinho com a sua filha.

-Dica de show: cuidado com o show daquela banda mais engraçadinha e adorada da cidade que todo mundo diz ser “maravilhoso”. Você pode ficar 5 horas na fila enquanto as amigas da Zélia Duncan passam na frente. E descobrir que o líder é um cover do Marcelo Camelo bêbado. E que todo mundo foi ver o show só para conferir as pernas da vocalista – uma mané que passa o show todo sacudindo um bandeiro. O grupo faz uma mistura de Bossa Nova com tango e rock dos anos 70.  Imagine aturar isso com amigas da Zélia Duncan pisando no seu pé. Lembrando: todas elas calçam 42.

-Dica de exposição: Vá até aquele centro cultural para ver as novas exposições “surpreendentes”. E descubra a surpresa que é ver 2 dúzias de tijolos empilhados e 6 quadros com borrões que parecem ter sido pintados por um suricato viciado em cocaína.
Sugestão? Fique em casa. Com sorte a segunda feira chega logo!

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terça-feira, junho 21, 2011

UMA TIRA NECESSÁRIA

O Allan Sieber, que publica na Folha de São Paulo e tem esse blog bacana aqui, fez essa tira abaixo. Deu o que falar. Teve gente que ficou cheia de raivinha. Veja e tire suas conclusões.


Minha opinião? É a opinião mais sensata que eu vi em todas essas semanas de polêmica. O problema é que qualquer um que assuma o incômodo com tamanha mobilização em torno de assuntos secundários é imediatamente taxado de reacionário.

É a revolta daquela galerinha que adora posar de iconoclasta em assuntos comportamentais, mas preserva os mesmos hábitos estúpidos de outros mortais. Você conhece a história: tem gente que adora chamar a polícia de corrupta, mas não pensa duas vezes em oferecer uma graninha pro PM fingir que não viu a marofa no porta luvas do carro.

Não custa ressaltar: eu, o Allan e muitos outros não temos absolutamente nada contra a livre manifestação. E somos totalmente a favor da liberdade. Mas falar em liberdade nessa Etiópia de descaso é como falar sobre física quântica em uma sala de ensino fundamental. Ninguém vai entender até aprender as operações básicas.

Liberdade de expressão é super importante, mas por aqui ainda é luxo. Podem me avisar quando o salário mínimo for de 3 mil dólares, ok? Aí eu saio para me manifestar a favor do que vocês quiserem. Até lá eu tenho essa mania estranha de achar que justiça, corrupção, desmandos, fome e segurança são assuntos mais prioritários.

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terça-feira, junho 14, 2011

ENTÃO VOCÊ QUER SER DJ?

Você conhece aquela famosa frase do Groucho Marx, “não entro para um clube que me aceita como sócio”? Pense nessa frase de forma diferente: não entre em um clube que aceita gente que você despreza.

Você é daqueles que já pensaram em ser DJ? Pois antes de entrar nesse “clubinho” de descolados, dê uma olhada nessas fotos abaixo. Eu não entraria em um clube que aceita a Preta Gil e a Geyse Arruda como integrante.
Titio Walter já tocou como DJ. Várias vezes. Foi legal. Já fiz pessoas urrarem em uma pista. E recebi elogios, apesar de não ter absolutamente técnica nenhuma. Mas fazer parte de um grupo que inclui o Dado Dolabella é demais pra mim. Nunca mais encostei em uma pick up. Não depois de ver a vovozona Suzana Vieira fazendo pose. Perdeu a graça.

Ser dj devia ser algo legal, raro, reservado a pessoas com alguma sensibilidade. Não é mais. Desista de ser DJ. Seja um marceneiro. Ou padeiro. Duvido que tenha BBB´s nessas profissões.

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quarta-feira, junho 08, 2011

POR QUE, MEU DEUS?

Preciso perguntar:

1- Por que quase todo homem, quando entra em um ônibus, senta sempre de pernas abertas, como se tivesse elefantíase nas bolas? Eles fazem questão de ocupar 1 banco e meio, sobrando um espaço mínimo para o outro passageiro. Cabe a você se espremer, desencanar e ficar com um barbudo com o joelho roçando no seu. Ele é macho pra cacete, mas parece não esquentar com esse roça-roça.

2- Por que as pessoas decidem parar para conversar justamente nos lugares onde passa mais gente? Na frente de escada rolantes, no trecho mais estreito da calçada (entre o camelô e a lixeira, normalmente), na porta de saída de algum lugar movimentado (saída de faculdade, entrada de cinema, coisas do tipo) ou qualquer outro lugar onde uma pessoa sensata JAMAIS pararia.

3- E por que, meu Deus, essas pessoas NUNCA percebem que tem gente passando? É necessário pedir, por favor, por piedade, por clemência, seria possível tirar sua bunda gorda da frente para os outros seres viventes circularem?

4- Por que todo chapeiro de lanchonete NUNCA tem nome? Por que ele sempre é o “Bahia”, ”Batata”, ou “Cabeção”? “Bahia, tem três pão (assim mesmo, sem concordância) na chapa saindo: dois na canoa e um normal!”

Por favor, me expliquem.

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sexta-feira, junho 03, 2011

MANIFESTAÇÃO SEM PANCADARIA NÃO TEM GRAÇA?

O assunto é da semana passada, mas dane-se, não sou entregador do Habibs para correr contra o tempo!

No último fim de semana rolou a Marcha da Liberdade. Desta vez não teve pancadaria com a polícia. Se eu fosse da organização iria reclamar com os comandantes da PM. Sem pancadaria, manifestação não dá IBOPE. Ninguém presta atenção.

Qual era o objetivo da passeata, mesmo? Defender a liberdade de expressão? A tiazinha em casa não sacou. E continua dizendo que é tudo maconheiro e desocupado que merece apanhar. Complicado, né, Juquinha?

Ninguém curte esses lances de “voz popular” por aqui. Ninguém leva a sério. Se a manifestação não tiver porrada ou não for engraçada (tipo Churrasco da Gente Diferenciada - da qual participei), nem merece nota de rodapé. Quer ser ouvido? Arranje um jeito de ficar pelado, algo assim. Senão, sem chances. Agora vai ter a Slut Walk (caminhada das vadias). Bacana, essa vai dar Ibope. Mas é para mudar o que mesmo? Ninguém vai lembrar.

Com o tempo, aprendemos que fazer manifestações, um gesto legítimo de se expressar, é um troço meio “demodé” por essas bandas. E meio inútil. Liste as principais manifestações deste país para comprovar: Diretas Já? Não passou. Fora Collor? Ele caiu, mas já esta de volta, todo pimpão, com poder no senado e até banca de aliado vital do governo.

Durante anos eu fui às ruas em cada eleição em que Maluf concorria. Junto com amigos, parava carros para tentar convencer motoristas a não votar no cara. E ele sempre ganhava. E virou deputado super votado atualmente. Pois é, não rola, Juquinha.

Com o tempo, o pessoal parece que aprendeu a se dedicar a manifestações inócuas. Eu iria fácil atrás de qualquer passeata do tipo “Fora Jader Barbalho/ Palocci/ Serra/ Bolsonaro/ Amaury Júnior” ou qualquer coisa do tipo. Mas não tem. A última passeata de “Fora Sarney” da qual participei mal tinha 100 pessoas. Mas se alguém bolar uma passeata defendendo a meia-entrada de estudante, ou uma “Caminhada dos Amantes das Formigas do Jaraguá” pode crer: junta mais de 20 mil.

Lá fora, tem espanhol tomando cacetada enquanto reclama da crise econômica. No norte da África tem gente morrendo para derrubar políticos. E aqui, o único jeito de mobilizar alguém é fazer passeatas inúteis e vagas, tipo “Fora FMI”. O FMI não dá bola para o que nós achamos. O que para muita gente é bem cômodo: tem-se a tranquilidade de participar de uma manifestação sem o risco dela dar resultado. Fora Sarney? “Putz, melhor não, vai que dá certo?”

Quer fazer uma manifestação? Peça para a polícia te bater. Senão, não dá manchete. E se der, não se preocupe: ninguém vai dar bola.

PS: pensei em promover a “Marcha do Doritos”. O conselho de medicina é capaz de barrar. E aí? Topa?

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