terça-feira, janeiro 31, 2012

RITA LEE É O CAETANO DO POP

Todo mundo tem uma Rita Lee na família. É aquela tia velha que se perdeu no tempo e que esconde a idade com botox, se tornando uma caricatura ambulante – o tipo de pessoa que precisa de um holofote para compensar a falta de função no universo.

Rita Lee é assim. É um Caetano Veloso de saias e cabelos cor de cenoura. Já não dá uma dentro, mas sempre tenta descolar um espaço na mídia com alguma polêmica vazia. Só para mostrar que é “mutcho lôca e autêntica”. Olhem a foto ao lado e digam: colocar o dedo o nariz não é mesmo irreverente, crianças?

E agora ela foi em cana por ter xingado policiais. Se os PMS pegaram pesado com os fãs? Sei lá, não estava lá. Mas funciona assim: se você chama policial de cavalos e filhos da puta, vai em cana. Dureza, né? Aliás, se você desrespeitar QUALQUER funcionário público, você vira réu de processo, olha só que coisa.

Não gostou? Reclama com o juiz. Mas ninguém vai encrencar com juiz. Nem com deputado ou coisa parecida. Porque a coisa engrossa, lógico. Esculachar PM dá mais ibope, é mais divertido e seguro. 

Mano Brown, dos Racionais, xingando a polícia me convence, é coerente. Mas uma tia velha que passa o tempo no duplex contando as cirurgias plásticas que fez, não convence, sinto muito. Jim Morrison e outros 350 roqueiros de vida turbulenta já fizeram isso. Portanto, tia Lee, se atualiza, ok?

Mas dou o parabéns a ela por ter despertado a legião de baba-ovos que não aguenta ver celebridade tomando uma dura que vai logo puxando o currículo da vítima para defendê-la. Meus queridos, se carreira desse salvo conduto para alguém fazer o que quer, Freud estaria cagando em praça pública até hoje

Rita Lee anunciou que vai se aposentar dos palcos – com a pompa de Moisés trazendo as tábuas dos 10 mandamentos. Tarde demais, tia Rita: os palcos já se aposentaram de você faz tempo.

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sexta-feira, janeiro 27, 2012

VOCÊ NÃO VAI SALVAR O PLANETA, PANACA.

Desde o dia 25 de janeiro os supermercados não dão mais sacolinhas plásticas para os clientes. É para salvar o planeta, dizem. Vejam só vocês que coisa: a humanidade, essa racinha incompetente composta por aglomerados de carbono, se julga capaz de salvar o mundo. Aposto que vai dar merda.  

O planeta vai bem, obrigado. Nós é que estamos em perigo. Se você é meio pancada e não consegue entender esse simples conceito, veja esse vídeo do George Carlin, que explica com mais detalhes. Aliás, assista de qualquer modo, porque Carlin é o cara.  


Pois é, ontem eu fui ao supermercado após o trabalho. Não estava com a minha super-ecológica-sacolinha-retornável (juro, eu tenho uma). Pedi uma sacolinha plástica no caixa. A operadora me olhou como se eu fosse um criminoso ambiental, uma espécie de Exxon Valdez ambulante. Ela me deu uma sacolinha, não sem antes me olhar torto (paguei pela sacolinha, ok, filisteus?).

O sujeito atrás de mim estava orgulhoso com a sua sacolinha de pano fashion. Um verdadeiro herói. Mas aposto como ele foi ao supermercado pilotando um SUV que bebe 10 litros de gasolina por km. E jogou uma latinha de cerveja pela janela. Estamos ambientalmente mais conscientes? O caralho.

O planeta vai continuar um esgoto ao céu aberto. Deixar de usar sacolinhas plásticas não vai mudar muita coisa. Enquanto você evita usar sacolinhas, governos e empresas vão continuar esmerdeando a valer por aí. É a tática tradicional de transferir para o indivíduo a responsabilidade de solucionar um problema que é coletivo.

Quer um exemplo? Governos são incompetentes e não conseguem diminuir os acidentes de trânsito. E por isso criam leis mais rígidas para pressionar você a limpar parte da sujeira. É o caso da nova lei seca, que não permite nem um golinho. É bacana. Chega de bêbado no trânsito. Mas tudo funcionaria melhor se governos cumprissem a tarefa de fiscalizar e punir quem já desrespeitava as leis anteriores. Simples, não é?

O planeta não vai “ser salvo” porque proibiram as sacolinhas plásticas. Mesmo porque você pode ir ao supermercado e comprar um rolo de saco de lixo.  Que polui tanto quanto a sacolinha. É só uma lei “peneira” para tampar o que é evidente: a raça humana é porca mesmo. E os governos e empresas falharam em educá-la.

Nossa existência é nociva ao planeta. Um colapso ambiental pode nos fazer desaparecer. E quer saber? Aposto que o planeta não vai reclamar.

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terça-feira, janeiro 24, 2012

VOCÊ CONHECE AS CANTORAS TOFU?

Mais um artigo meu para o site Papo de Homem – passe por lá e aproveite para ler outras matérias, vale a pena. Fala sobre uma modalidade de cantoras de MPB. Eu as chamo de “Cantoras Tofu”. Quer saber o que é isso? Clique aqui e leia.

E um aviso amigo: se você é fã de cantoras de MPB e se irrita fácil, não leia. Sério. Vá ouvir Maria Gadu, ou comprar ingresso para um show da Adriana Calcanhoto e desencane.  Bancar o integrante do Taleban para defender cantora sem sal NÃO vai te dar mais dignidade, nem algum sentido para a vida, ok? Coma lentinhas que passa.

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quinta-feira, janeiro 19, 2012

O FUTURO É DESANIMADOR, JUQUINHA

Sobrinhos, bateu preguiça e titio ficou fora do ar por um bom tempo no começo deste ano. Vocês perdoam o titio quarentão e que gosta de vadiar? 

Um dia desses eu estava revendo "De Volta Para o Futuro II". É aquele em que os personagens principais vão para o futuro e dão de cara com carros voadores e garçons robotizados. Só dessa vez eu me toquei que esse “futuro” se passa em 2015! Sim, daqui a 3 anos, Juquinha. 

Em vez de carros voadores temos apenas cafeteiras mais caras e celulares com joguinhos mais coloridos – e 30 mil novas maneiras de perdermos tempo.  De resto, não avançamos muito. Nós continuamos meio estúpidos. Se o futuro deveria trazer alguma “evolução”, então algo deu incrivelmente errado.

O que até era de se esperar: não costumamos evoluir “para melhor”. E quando damos uma dentro, tratamos logo de cuspir no prato: tivemos o renascentismo e sua defesa da razão apenas para cairmos no misticismo new age alguns séculos depois. Bom trabalho, humanos!

Nós erramos até nas nossas previsões mais pessimistas. Um exemplo: na década de 90 o Brasil foi tomado pela onda da lambada. Naquela época eu achava que havíamos atingido o limite da mediocridade. Hoje, depois de ouvir funk carioca, sinceramente eu acho “Chorando se foi” uma obra sinfônica. 

E que tal a série “Mulheres Ricas” e seu desfile de estupidez e pelancas capaz de transformar a Suzana Vieira em uma Mona Lisa? Tenho saudades de quando as novelas eram a pior coisa da tv. Ah, sim, e para coroar temos a revista Época saudando Michel Teló como difusor dos “valores da nossa cultura popular”. Se ele realmente representa alguma coisa da cultura do meu país então eu quero já uma passagem para a Bolívia. Droga por droga, a da Bolívia faz menos mal.   

Honestamente eu tenho medo dos sucessores do Funk carioca e de Michel Teló. Imagine o quanto a gente ainda pode piorar.

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